Close-Up (Abbas Kiarostami, 1990)
Dialoga com si mesmo. Poderia dizer simplesmente isso, porque o filme simplesmente abre um leque de relações com a comunicação, mídia, ficção, documentário, sociedade e amor ao cinema. Chega um momento que as coisas de intrincam e se fecham e depois voltam a se soltar e enfim – é o limite da arte, talvez sua exploração mais enraizada. Melhor coisa que vejo em algum tempo.
Harry Potter and the Deathy Hallows (David Yeates, 2010)
Ok, sou meio que um fã confesso. Não gosto tanto dos outros filmes, mas esse pegou. Vi em blu-ray e tô achando uma das melhores coisas de 2010. Exagerei, mas que filme incrível – fotografia de encher os olhos, transfiguração da idéia principal, amadurecimento + entretenimento consciente e Hermione e Harry dançando Nick Cave. Lindo.
Bram Stocker’s Drácula (Francis Ford Coppola, 1992)
Rosenbaum definiu-o como um filme pósmodernista. Concordo relativamente com tudo, mas acho que o filme conserva ainda certo classicismo na construção das sombras, um clima meio noir/horror, e na padronização da mise en scène; achei inevitável não lembrar de The Innocents do Clayton durante as cenas no jardim. Gostei, ainda que seja um filme de certa forma autoexpositivo demais e narrativamente fraco.
ps: Keanu Reeves é o pior ator que existe.
terça-feira, 24 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
creanberry juice (os infiltrados)
Pouco se fala a respeito desse grande filme do Scorsese. Sei lá se é pelo fato de ter ganhado Oscar, de ser relativamente comercial, pelo hype etc, simplesmente não sei. Revi o filme em blu-ray há umas semanas e constatei de vez: é um dos cinco melhores filmes do grande homem. A brincadeira toda (porque aqui tudo é um intrínseco jogo de malandragem) começa já no prólogo, de aprox. 15 minutos, que temos Frank Costello (Nicholson, genial (pinto borracha!)) se apresentando, juntamente com o paralelo dos personagens do DiCaprio e Damon, até o momento que determina toda base com a qual o filme irá se desenvolver. Entra os créditos iniciais, embalados ao som do I'm Shipping Up To Boston do Dropkick Murphys e tá lançada a mitração.
(trilha sonora, aliás, incrível, com Rolling Stones, Van Morrison, The Human Beinz, John Lennon, Beach Boys e outros)
Assim, depois de toda sacada inicial, começa o jogo do Scorsese, a brincadeira de manipular os personagens em prol do público e de sua própria ideia: filme enlouquecedor em alguns momentos, e por vezes um trabalho porralouca quase insuportável - o grande ponto do filme é o frenético acompanhamento do traçado dessa linha de pensamentos, raciocínios e ações desses três personagem supracitados. Fora isso, esse filme é BONITO - travellings laterais, bem decupado, montagem ágil, que dá 'fluição' e sustentação às mais de duas horas de filme -, tem subtramas essenciais e contextos que fazem com que nós de fato nos importemos com as personagens, final que ironiza todo princípio do filme, jack nicholson imitando ratos etc. Digno filme do caralho.
Assinar:
Postagens (Atom)